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Caso Miguel completa 5 anos e mãe segue sem justiça: “Essa história me foi arrancada”
Mãe e movimentos sociais protestam em frente ao prédio onde o menino caiu do 9º andar; condenada, Sari Corte Real segue em liberdade
Na segunda-feira (2), familiares, movimentos sociais e integrantes da Articulação Negra de Pernambuco (Anepe) se reuniram no Centro do Recife para lembrar os cinco anos da morte de Miguel Otávio Santana da Silva, menino de 5 anos que caiu do 9º andar de um prédio de luxo enquanto estava sob os cuidados de Sari Corte Real, ex-primeira-dama de Tamandaré.
A manifestação foi liderada por Mirtes Renata Santana, mãe de Miguel, que trabalhava como empregada doméstica no apartamento de Sari no momento da tragédia. “Meu filho faria 11 anos em novembro. Mas essa história me foi arrancada. Cinco anos depois, a assassina do meu filho segue solta. E a justiça? Estagnada”, desabafou Mirtes, emocionada.
Em 2022, Sari Corte Real foi condenada a 8 anos e 6 meses de prisão, acusada de abandono de incapaz com resultado em morte, após deixar Miguel sozinho no elevador e apertar o botão da cobertura.
No ano seguinte, a pena foi reduzida para 7 anos, mas Sari segue em liberdade. Segundo Mirtes, a morosidade do tribunal e intercorrências internas são responsáveis pela demora na execução da pena.
“Se fosse o contrário, se eu tivesse deixado a filha dela sozinha no elevador e tivesse acontecido o mesmo, eu já estaria presa. Isso só mostra como o sistema é seletivo”, afirmou a mãe.
