11 de julho de 2025

Cultura

Arquitetos negros propõem novo olhar para a Pequena África, no Rio de Janeiro, com projetos de museu a céu aberto

Três equipes foram escolhidas para transformar o território histórico do Rio em um circuito urbano de memória e cultura africana

• 09/07/2025
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Foto: André Telles/BNDES

Um novo capítulo está sendo escrito na paisagem urbana da Pequena África, no centro do Rio de Janeiro. Três projetos arquitetônicos, liderados por profissionais negros, foram selecionados para repensar a região como um museu a céu aberto, integrando arte, memória e ancestralidade aos espaços públicos de um dos territórios mais simbólicos da presença africana no Brasil.

Foto: Caminhos da Reportagem/Agência Brasil

1º lugar – “Pequena África: Memória Continental”

Assinado pela arquiteta Sara Zewde, reconhecida internacionalmente por seu trabalho em design urbano e memória cultural, o projeto propõe intervenções que conectam a Pequena África a uma rede mais ampla de narrativas afro-atlânticas. Com uma abordagem poética e precisa, Zewde desenha uma cartografia afetiva que valoriza a resistência e a produção cultural negra no território. A proposta recebeu R$ 78 mil como premiação.

2º lugar – “Pequena África: Território Akpalô”

Criado pelos arquitetos Carlos Henrique Magalhães de Lima e Júlia Huff Theodoro, de Brasília, o projeto aposta em elementos simbólicos e visuais de matriz africana para marcar o espaço urbano. Com foco na contação de histórias — referência ao termo “akpalô” —, a proposta dialoga com as vivências da comunidade local e cria caminhos sensoriais que guiam os visitantes por entre memórias e práticas de resistência. O segundo lugar foi premiado com R$ 39 mil.

3º lugar – “Sankofa e a Trama da Pequena África”

O arquiteto Clovis Nascimento Junior, em parceria com o escritório Patrícia Akinaga Arquitetura Paisagística, propõe um percurso construído a partir do conceito de Sankofa, símbolo africano que representa a importância de olhar para o passado para construir o futuro. A proposta valoriza as tramas de relações comunitárias, religiosas e culturais que estruturam o território. O projeto ficou em terceiro lugar e recebeu R$ 13 mil.

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