11 de julho de 2025

Cultura

Ana Maria Gonçalves é eleita para a Academia Brasileira de Letras e se torna a primeira mulher negra entre os imortais

Autora de “Um defeito de cor”, ela ocupa a cadeira nº 33 na instituição centenária

• 11/07/2025
Thumbnail
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A escritora, roteirista, dramaturga e publicitária Ana Maria Gonçalves foi eleita nesta quinta-feira (10) para ocupar a cadeira nº 33 da Academia Brasileira de Letras, antes pertencente a Evanildo Bechara. Com 30 votos, Ana se torna a primeira mulher negra a integrar a instituição fundada em 1897.

Natural de Ibiá (MG) e com 55 anos, Ana Maria é autora de obras marcantes como “Um defeito de cor”, romance que reconstrói a trajetória de uma mulher africana escravizada ainda criança e que retorna à sua terra natal em busca de liberdade e memória. A personagem é inspirada em Luísa Mahin, figura histórica ligada à Revolta dos Malês. O livro serviu de base para o enredo da Portela no carnaval de 2024.

Foto: Revista Piauí/Reprodução

“’Um Defeito de Cor’ é a história da luta preta no Brasil incorporada em uma mulher que enfrentou os maiores desafios imagináveis pra continuar viva e preservar suas heranças e raízes”, afirmou Ana antes do desfile da escola carioca.

A vitória da autora foi celebrada por colegas da ABL. Lilia Moritz Schwarcz, que ingressou na academia em 2023, destacou: “É um dia histórico. É uma mulher negra que espero que entre na academia fazendo uma grande ‘descendência’. A Ana é uma grande representante desse grupo de pensadoras que têm nos ensinado muito sobre o Brasil.”

Ana Maria Gonçalves venceu candidaturas de nomes como Eliane Potiguara, que ficou em segundo lugar, e outros 11 concorrentes.

TAGS: