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África do Sul rebate Trump após acusação de 'confiscar' propriedades de cidadãos brancos no país
Propriedade da terra segue como um tema sensível na África do Sul. Durante o regime do apartheid, pessoas negras foram expulsas de suas terras, e, mesmo após três décadas do fim do sistema, a maior parte das terras agrícolas continua em posse de cidadãos brancos
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, negou nesta segunda-feira (5) as acusações feitas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre supostas expropriações de terras no país. Trump afirmou que o governo sul-africano estaria “confiscando” propriedades e ameaçou cortar financiamentos futuros ao país.
As declarações do republicano foram feitas em uma publicação na rede Truth Social e pareciam se referir a uma lei sancionada por Ramaphosa no mês passado. A legislação permite que o governo, em algumas circunstâncias, ofereça “compensação nula” por propriedades expropriadas para atender ao interesse público. No entanto, a medida não tem como objetivo confiscar terras de cidadãos brancos ou abordar diretamente o legado do apartheid.
“A África do Sul está confiscando terras e tratando certas classes de pessoas MUITO MAL”, escreveu Trump. “Cortarei todo financiamento futuro para a África do Sul até que uma investigação completa desta situação seja concluída!”.
Ramaphosa afirmou que está disposto a esclarecer a política agrária sul-africana a Washington. O presidente americano também tem como aliado o empresário sul-africano Elon Musk, que já divulgou teorias da conspiração sobre um suposto “genocídio” contra fazendeiros brancos no país.
A propriedade da terra segue como um tema sensível na África do Sul. Durante o regime do apartheid, pessoas negras foram expulsas de suas terras, e, mesmo após três décadas do fim do sistema, a maior parte das terras agrícolas continua em posse de cidadãos brancos.
O presidente dos EUA também ameaçou cortar financiamento para África do Sul, entretanto, Ramaphosa respondeu lembrando que, além da PEPFAR Aid que cobre apenas 17% do programa de HIV na África do Sul, o país não recebe outos apoios financeiros dos Estados Unidos.