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Manifestações ocorrem desde outubro, após resultado das eleições apontado como suspeito no país
A fronteira de Lebombo, entre Moçambique e África do Sul, foi temporariamente fechada na última terça-feira (5) após intensos protestos em Ressano Garcia, vila moçambicana próxima ao posto fronteiriço. A Autoridade de Gestão de Fronteiras (BMA) da África do Sul anunciou a suspensão das atividades no local por questões de segurança, conforme reportado pelo portal News24.
Essa fronteira é considerada a mais importante ligação terrestre entre os dois países, sendo responsável por uma arrecadação diária de cerca de 23 milhões de dólares para Moçambique, segundo dados da Autoridade Tributária.
Michael Masiapato, comissário da BMA, explicou que a decisão de fechar o posto de Lebombo-Ressano Garcia veio em resposta à violência registrada na região, que incluiu a queima de edifícios. “A fronteira será encerrada para garantir a segurança dos viajantes”, disse Masiapato, acrescentando que as autoridades sul-africanas e moçambicanas estão monitorando a situação e definirão a reabertura do local assim que for seguro. Nesse período, os viajantes são orientados a utilizar rotas alternativas.
Reprodução/Internet
Os protestos em Ressano Garcia, que começaram no final de outubro, foram convocados por Venâncio Mondlane, candidato presidencial moçambicano, que contesta os resultados das eleições de 9 de outubro. Segundo o resultado oficial, Daniel Chapo, da Frelimo, venceu com 70,67% dos votos, enquanto Mondlane obteve 20,32%.
As manifestações colidiram em meio ao assassinato de Elvino Dias , advogado do candidato à presidência Venâncio Mondlane , e Paulo Guambe , do partido Podemos, que apoia Mondlane. Ambos foram vítimas de uma emboscada em 18 de outubro, no centro de Maputo. O ataque, realizado por homens armados, deixou a população chocada e alimentou as acusações de que há um esforço coordenado para silenciar os opositores do atual regime.
Desde o início das manifestações, o fluxo migratório na fronteira tem sido prejudicado, impactando severamente as finanças moçambicanas. Nos três primeiros dias de protestos, a Autoridade Tributária estima uma perda de cerca de 70 milhões de dólares devido à interrupção das atividades de Lebombo.
Redação do Africanize
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