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Rapper se apresentou no último dia do festival, onde revelou seu desejo de seguir em frente com traumas do passado
No último domingo (10), a rapper Ebony comoveu os fãs ao fazer um desabafo impactante durante sua apresentação no festival Afropunk Brasil, realizado em Salvador. No palco, a artista revelou que foi vítima de abuso sexual na infância e pediu um minuto de silêncio em respeito a todas as pessoas que passaram por experiências similares.
"Sou adotada por uma família branca, e fui atrás da minha família recentemente e encontrei ele. Tenho cinco irmãos, descobri isso, e também descobri no meio dessa jornada doida que está sendo pra mim, uma coisa muito triste. Que é o fato de eu ter sido fruto de um abuso sexual”, compartilhou.
Ebony continuou a falar sobre o impacto dos abusos que sofreu, que se estenderam desde a infância até a adolescência. “Isso me pegou muito porque nunca falei isso antes, mas também fui vítima de abuso sexual desde a infância até a adolescência. Um tio que queria me criar para ser esposa dele. Juro. Sei que isso é muito pesado e é mesmo. Nos afeta de formas que ninguém nunca vai entender”, disse ela.
Em um momento de autorreflexão, a rapper compartilhou como essas vivências afetaram sua relação com outras mulheres na indústria musical. “Fez com que me sentisse sozinha, isolada. Fez com que sentisse que ninguém nunca ia me entender e dentro dessa ideia, de que ninguém nunca entenderia o quão difícil foi pra mim, alguns meses atrás tive uma postura horrível que invalidou completamente a experiência e vivência de outras mulheres pretas que têm o mesmo sonho que eu”, confessou.
A artista ainda destacou o papel fundamental da cantora Duquesa em seu processo de cura. “Esses dias estava conversando com a Duquesa, te amo Duquesa, e ela disse que uma dessas meninas era baiana e ela veio a falecer em uma roda de rima. Ela se chama Dela Rua e queria usar essa oportunidade para pedir um momento de silêncio não só por ela, mas por todas as pessoas que são vítimas de abuso”, afirmou, prestando uma homenagem emocionada.
Foto: Matheus Ross/Afropunk Brasil
Encerrando sua fala, Ebony ressaltou seu desejo de seguir em frente, sem permitir que a sociedade retire seu direito de errar e aprender. “As pessoas querem tirar da gente o direito de errar, de falhar, e de ser humana e não vou permitir que façam isso comigo. Precisamos sim sermos vilãs, mas com as pessoas certas. E estou melhorando e vou continuar para ser a melhor versão de mim. Serei vilã só com algumas pessoas, como a minha tia Marta que disse que eu não passaria dos 15 e agora tenho 24 e estou no Afropunk”, concluiu.
Redação do Africanize
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