1 de abril de 2025

Afri News

Presidente sul-africano rebate acusações de Elon Musk sobre perseguição a pessoas brancas

Governo sul-africano tem se mobilizado para combater onda de desinformação sobre o país

• 27/03/2025
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Foto: GCIS

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, negou firmemente as alegações feitas pelo empresário Elon Musk de que o país estaria promovendo violência contra a população branca. Em discurso nacional, Ramaphosa classificou a afirmação como uma “narrativa completamente falsa” e alertou que tal retórica pode dividir a sociedade sul-africana.

As declarações do presidente vieram após Musk, que nasceu na África do Sul, compartilhar um vídeo em sua rede social X (antigo Twitter), no qual membros do partido Economic Freedom Fighters (EFF) entoavam uma canção antiapartheid contendo a frase “Kill the Boer, the farmer” (Mate o boer, o fazendeiro). O termo “boer” refere-se, em geral, aos africâneres, descendentes de colonos europeus historicamente ligados ao regime do apartheid.

Musk alegou que há um “grande partido político na África do Sul que promove ativamente o genocídio branco”, o que gerou reações internacionais, incluindo do senador americano Marco Rubio, que classificou o canto como “um chamado à violência”.

Sem mencionar Musk diretamente, Ramaphosa respondeu às acusações: “Não devemos permitir que eventos externos nos dividam ou nos coloquem uns contra os outros. Devemos desafiar a noção de que a África do Sul é um país onde as pessoas são perseguidas por sua raça ou cultura. Isso é simplesmente falso”.

O governo sul-africano tem se mobilizado para combater o que chama de onda de desinformação sobre o país. Durante a gestão de Donald Trump, os Estados Unidos chegaram a interromper a ajuda à África do Sul e oferecer status de refugiados a alguns africâneres sob alegação de perseguição.

Apesar da criminalidade generalizada no país, especialistas e dados oficiais indicam que não há evidências de um direcionamento sistemático contra a população branca. Entre outubro e dezembro do último ano, a África do Sul registrou cerca de 7.000 homicídios, sendo apenas uma pequena fração em fazendas e um número ainda menor envolvendo vítimas brancas.

A África do Sul vive sob regime democrático desde 1994, quando o apartheid foi oficialmente encerrado, e continua enfrentando desafios relacionados à desigualdade e à segurança pública.

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