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Em menos de seis meses após seu lançamento, o ZiG (Zimbabwe Gold), nova moeda do Zimbábue, enfrenta uma significativa desvalorização, sinalizando os desafios do país africano na busca por estabilidade monetária e independência do dólar dos Estados Unidos.
Lançado em abril de 2024, o ZiG foi introduzido pelo Banco Central do Zimbábue (RBZ) como uma moeda lastreada em ouro, com o objetivo de enfrentar a inflação e estabilizar a economia local após anos de incerteza monetária. Contudo, em setembro, o governo anunciou a desvalorização da moeda em 43%, diminuindo ainda mais o poder de compra da população e ampliando a desconfiança no sistema financeiro nacional.
Inicialmente, o ZiG possuía uma taxa de câmbio de 13,56 ZiG para 1 dólar americano, mas, até o final de outubro, a cotação já havia saltado para 27 ZiG por dólar. No mercado negro, o valor era ainda menor, variando entre 40 e 50 ZiG por dólar, segundo dados do Zim Price Check, um site especializado em monitoramento de preços no país. Essa disparidade entre a taxa oficial e a praticada no mercado paralelo tem colocado pressão sobre comerciantes e consumidores, dificultando ainda mais o uso do ZiG no dia a dia.
Empresários e lojistas, obrigados a negociar pela taxa oficial, alertam sobre o risco de falência caso as autoridades não consigam equilibrar a moeda. A incerteza gerada pelas oscilações do ZiG levanta questões sobre a viabilidade do novo modelo monetário adotado pelo governo, que segue em busca de alternativas para mitigar os problemas causados pela ausência de uma moeda local confiável.
A crise atual é mais um capítulo na longa história de tentativas de estabilização monetária no Zimbábue, que aboliu o dólar zimbabuano (Zimdollar) em 2009, no auge de uma hiperinflação histórica que tornou a moeda praticamente sem valor. Na época, a inflação chegou a níveis alarmantes, com um pão custando 500 milhões de Zimdollars e a taxa de câmbio atingindo 30.000 a 40.000 por 1 dólar americano.