• 18-09-2024

Mulher, de 43 anos, publicou um vídeo no dia 5 de maio afirmando que estado é o maior em números de "terreiros de macumba", e que isso motivou a catástrofe de temporais e enchentes. MP alega que ela cometeu crime de intolerância religiosa.

Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou por intolerância religiosa a empresária e influenciadora  Michele Dias Abreu , de 43 anos, por associar a tragédia climática no Rio Grande do Sul às  religiões de matriz africana . A mulher é moradora de  Governador Valadares , na  Região dos Vales de Minas Gerais .  

 

Em um vídeo publicado nas redes sociais, no dia 5 de maio, Michele disse que o que os temporais e enchentes que deixaram mais de 540 mil pessoas desalojadas, 154 mortas e outras 94 desaparecidas foram motivados pela  "ira de Deus" . As falas foram compartilhadas com quase 32 mil seguidores, e o vídeo chegou a três milhões de visualizações, segundo o Ministério Público.  

 

"O estado do Rio Grande do Sul é o estado com maior número de terreiros de macumba. Alguns profetas já estavam anunciando algo que iria acontecer devido a ira de Deus. As pessoas estão brincando [...] misturando aquilo que é santo, e Deus não divide sua honra com ninguém" , disse Michele Dias na publicação.  

 

No Brasil, a punição para pessoas que cometem intolerância religiosa é a mesma prevista pelo crime de racismo, quando a ofensa discriminatória é contra grupo ou coletividade, pela raça ou pela cor.  

 

Na denúncia à Justiça, a promotoria afirma que a influenciadora não só cometeu um crime como induziu milhares de pessoas " à discriminação, ao preconceito e à intolerância contra as religiões de matriz africana" .  

 

Na denúncia, o  MPMG  também pede que a mulher fique proibida de sair do país sem autorização judicial e de fazer novas postagens sobre religiões de matriz africana ou com conteúdos falsos relacionados à tragédia no Rio Grande do Sul.  

 

Após a repercussão negativa, a influenciadora privou as redes sociais. Em seu canal em uma plataforma de vídeos, a acusada se apresenta como diretora de uma rede de laboratórios em Minas Gerais.  

 

 

Redação Africanize

Redação do Africanize