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O investimento na música tem crescido exponencialmente na Nigéria, mas ainda há algumas exceções
A música em 2024 está cada vez mais globalizada, e a prova disso está na ascensão do afrobeats no mundo. Gênero musical criado na Nigéria e liderado internacionalmente por artistas como Burna Boy, Rema, Tems, Davido, Asake e Ayra Starr, o sucesso global do afrobeats coloca transforma a Nigéria em um dos pólos musicais mais influentes da África.
O afrobeats, termo utilizado para se referir à música popular da África Ocidental, começou na Nigéria e em Gana no início dos anos 2000 – e não tem exatamente a ver com afrobeat, gênero musical que surgiu nos anos 1960 e funde a música tradicional iorubá, igbo com funk e jazz norte-americano.
Com o crescimento do gênero, o mercado internacional de música passou a incluir artistas africanos em premiações, com a criação de novas categorias no Grammy Awards, como “Melhor Performance de Música Africana” e MTV Video Music Awards, com a categoria “Melhor Afrobeats". Nos festivais, a presença de artistas nigerianos é ainda mais evidente; na edição do festival C6 Fest realizada em maio deste ano, em São Paulo, trouxe a cantora Ayra Starr pela primeira vez ao Brasil. Um mês antes, Tems e o DJ Spinall representaram a Nigéria no Coachella , nos Estados Unidos .
Foto: Mariana Pekin/UOL
Nas paradas musicais do Spotify, as grandes pontes internacionais ficam por conta de Rema , WizKid e Burna Boy . Entre 2018 e 2024, Burna Boy colaborou com uma série de artistas que lideram as paradas musicais, como 21 Savage em “ just like me ”; Justin Bieber , em “ Loved By You ” e Jorja Smith , em “ Be Honest ”. Já Wizkid , que teve um grande papel na expansão do afrobeats, colaborou com Justin Bieber , no remix de “ Essence ”; na faixa One Dance , de Drake , e em “ Link Up ”, com Metro Boomin e Don Toliver . Rema, por sua vez, acumula 2 bilhões de reproduções no Spotify com as duas versões de “ Calm Down ”, uma delas em parceria com Selena Gomez .
Tems, a principal artista feminina da Nigéria, também possui sucessos com grandes artistas internacionais. A cantora já colaborou com Future e Drake em “ WAIT FOR U ”; Beyoncé e Grace Jones em “ MOVE ” e Brent Faiyaz na faixa “ Found ”. Ayra Starr, que tem conquistado espaço internacional, lançou um álbum que inclui parcerias com Anitta e Coco Jones na faixa “Woman Commando” e Giveon na faixa “Last Heartbreak Song”. Davido, um dos principais nomes do afrobeats, já colaborou com Nicki Minaj em “Holy Ground” e com Chris Brown em “Sensation” e “Hmmm”.
Desafios de criar novas estrelas nigerianas
O crescimento de artistas de afrobeats foi impulsionado pelo TikTok, plataforma de criação de vídeos curtos. Com os artistas de afrobeats expandindo suas carreiras a nível internacional, a entrada das grandes gravadoras no mercado nigeriano aumentou consideravelmente os custos associados à produção musical, marketing e acesso à mídia. Serviços no segmento de produção e marketing musical aumentaram de preço, dificultando a entrada de novos talentos.
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Embora plataformas digitais como TikTok e serviços de streaming tenham criado novas avenidas para exposição, elas também demandam um investimento inicial considerável para se destacar em um mercado saturado. Como resultado, o número de novos artistas inovadores que conseguem romper essas barreiras têm diminuído a cada ano. Isso levanta preocupações sobre o futuro da cena afrobeats, que, apesar de sua atual prosperidade, pode enfrentar um período de estagnação.
Nigéria, que já foi a maior economia da África, enfrenta uma grave crise ecônomica. Cerca de quase 70% da população de 229 milhões de pessoas possuem menos de 30 anos, e com a inflação em 34%, estima-se que 87 milhões de nigerianos vivam na linha da pobreza.
Jornalista carioca, DJ e comunicador apaixonado por música. Ama a cultura pop negra tanto quanto comer frutos do mar.
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