Ex-presidente do Valencia ataca Vini Júnior e nega racismo no futebol: ''Romário era meio negro e não tinha problemas''

O atacante brasileiro Vinicius Júnior voltou a ser alvo de críticas na Espanha, desta vez, por parte de Paco Roig, ex-presidente do Valencia. Em entrevista ao jornal espanhol  Relevo , o ex-dirigente fez ataques verbais ao jogador do Real Madrid, relembrando o caso de racismo ocorrido no estádio Mestalla, além de negar racismo no futebol.  

Roig começou reconhecendo o talento do brasileiro, mas atacou sua personalidade. “Ele será um grande jogador, mas é um m*rda como pessoa. Sempre indo ao árbitro”, disse o ex-presidente. A fala provocativa se refere ao comportamento do atleta, que, segundo Roig, reclama constantemente em campo.  

O antigo dirigente também trouxe à tona o incidente de maio deste ano, quando Vinicius foi vítima de insultos racistas por parte da torcida do Valencia durante uma partida no Mestalla. Na ocasião, o jogador identificou um torcedor que o chamou de "macaco" e apontou o ato racista, o que gerou grande repercussão no futebol internacional. No entanto, Roig questionou o comportamento de Vinicius na situação, afirmando que ele exagerou: “Ele escalou a cerca no Mestalla e disse 'você me chamou de filho da p*ta'. Eu estava lá com meu neto e pensei que o chamavam de macaco. Mas não, estavam chamando de estúpido”, afirmou Roig, minimizando a gravidade dos insultos.  

Vini Jr. (Foto: Getty Image)

Além das críticas a Vini Jr., Roig fez ataques ao Real Madrid, chegando a chamá-lo de "Verdadeiro Imigrante" . Ele também comparou a situação atual do futebol com o período em que Romário jogava na Espanha, destacando que o brasileiro não enfrentava problemas de racismo naquela época. “Antes não havia tais problemas ou eu não notava. Romário era meio negro e não tinha problemas (no Valencia) ”, disse o ex-presidente, sugerindo que as atuais tensões seriam consequência da presença de Vinicius.  

O episódio de racismo no Mestalla, no entanto, teve consequências jurídicas. Em junho, três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de prisão e proibidos de entrar em estádios por dois anos, após serem identificados como responsáveis pelos atos de racismo contra o atacante. O Real Madrid, em resposta, prometeu continuar seus esforços para combater o racismo no futebol . “Continuaremos trabalhando para proteger os valores do clube e erradicar qualquer comportamento racista no mundo do futebol e do esporte”, declarou o clube.