O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está em Angola em sua primeira viagem bilateral à África, semanas antes de deixar o cargo. A visita, vista por analistas como uma tentativa final de cumprir promessas feitas durante sua gestão, busca fortalecer laços econômicos e conter a crescente influência chinesa no continente.
Durante sua estadia em Luanda, Biden destacou o apoio dos EUA a um projeto ferroviário de US$ 800 milhões no Corredor do Lobito. O corredor conecta a República Democrática do Congo (RDC) e a Zâmbia, países ricos em recursos naturais, ao porto de Lobito, no Oceano Atlântico, e é considerado uma rota comercial estratégica para a região.
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A agenda do presidente incluiu uma visita ao Museu Nacional da Escravidão de Angola, onde ele abordou o legado do comércio transatlântico de escravos. O local abriga a histórica Capela da Casa Grande, utilizada no século XVII para batismos forçados de escravizados antes de serem transportados para as Américas.
Como parte do compromisso dos EUA com a preservação histórica, Biden anunciou um investimento de US$ 229 mil para a restauração do museu e manifestou apoio à candidatura do corredor de Kwanza como Patrimônio Mundial da UNESCO.
Biden também visitou o porto de Lobito para anunciar investimentos ocidentais de US$ 4 bilhões no corredor logístico, enfatizando o interesse renovado dos EUA no continente africano. A iniciativa ocorre em meio a esforços para equilibrar o domínio econômico e diplomático da China na região.