• 05-10-2024

"Nos últimos 2 anos, a mídia se beneficiou da minha dor e de eu ser vilanizada para criar uma narrativa. Eles permitiram isso", disse Reese

A recente rivalidade entre Angel Reese e Caitlin Clark, que começou durante seus confrontos na NCAA, parece ter contribuído para um aumento alarmante no comportamento racista entre os fãs da WNBA desde a entrada das jogadoras na liga. Esse fenômeno tem gerado discussões e posicionamentos contundentes de jogadoras e autoridades da liga sobre o comportamento inaceitável de alguns torcedores.  

Após uma vitória no playoff contra o Indiana Fever, time de Caitlin Clark, uma veterana da liga criticou publicamente os comentários racistas feitos por torcedores do Fever. A situação rapidamente chamou a atenção da WNBA, que emitiu um comunicado oficial condenando "comentários racistas, depreciativos ou ameaçadores" e ressaltando que a segurança da liga está atenta a essas manifestações e pronta para agir, inclusive com medidas policiais, se necessário.  

 

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Alyssa Thomas (Foto: Divulgação)

Alyssa Thomas, jogadora do Connecticut Sun, foi uma das vozes mais fortes contra o comportamento racista. Com uma carreira de 11 anos, ela afirmou que nunca havia enfrentado tanto racismo como nesta temporada, especialmente vindo dos fãs do Indiana Fever. "É desnecessário, e algo precisa ser feito, seja os times controlando seus torcedores ou a própria liga tomando medidas" , afirmou Thomas, ecoando o sentimento de urgência em conter esses ataques.  

Rivalidade em campo intensifica ataques 

A rivalidade entre Reese e a jogadora Caitlin Clark, que começou durante seus dias de basquete universitário, se transformou em algo muito mais sinistro devido às maneiras como a mídia e os fãs enquadram sua competição. Reese, uma mulher negra talentosa e franca, enfrentou uma enxurrada de críticas racistas e sexistas, especialmente após suas ações durante o jogo do campeonato feminino da NCAA de 2023. Em contraste, Clark, uma atleta branca que exibe comportamento competitivo semelhante, tem sido amplamente celebrada por sua intensidade. 

 

 

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Foto: Getty Image

Angel Reese, uma das protagonistas dessa polêmica, criticou a forma como a mídia lidou com o racismo ao longo dos últimos anos. Reese, que já havia relatado enfrentar racismo e ameaças desde o início de sua carreira, afirmou que a imprensa contribuiu para a perpetuação dessa hostilidade ao não abordar a questão com a seriedade necessária. “Nos últimos dois anos, a mídia se beneficiou da minha dor e da narrativa que criaram me vilanizando. Eles permitiram isso”, desabafou Reese.  

A jogadora, que já havia alertado sobre o aumento das tensões raciais dentro da liga, lamentou que as preocupações anteriores não tenham sido suficientemente ouvidas, o que pode ter favorecido o crescimento de comportamentos racistas por parte de alguns fãs.  

Redação Africanize

Redação do Africanize