• 19-09-2024

Uma lei que prepara o caminho para o envio de requerentes de asilo para Ruanda, caso cheguem ao Reino Unido sem autorização, foi aprovada pelo Parlamento em abril. O primeiro-ministro, Rishi Sunak, quer que os primeiros voos decolem em julho

As autoridades britânicas começaram a deter migrantes em preparação para que sejam enviados a Ruanda nas próximas, disse o governo na última quarta-feira (1), estabelecendo as bases para a principal política de imigração do primeiro-ministro Rishi Sunak.

 

Mais de 7.500 migrantes chegaram a Inglaterra em pequenos barcos vindos de França este ano, e o governo afirma que a política irá dissuadir as pessoas de fazerem viagens perigosas através do Canal da Mancha. Cinco pessoas morreram tentando fazer a travessia na semana passada.

 

Espera-se que as instituições de caridade de direitos humanos e os sindicatos que se opõem à política lancem novos desafios legais para impedir a descolagem dos voos, depois de o Supremo Tribunal do Reino Unido ter declarado a política ilegal no ano passado.

 

Imagens divulgadas pelo Ministério do Interior britânico na quarta-feira mostraram um homem sendo colocado em uma van por autoridades de imigração e outro sendo levado para fora de casa algemado.

 

“Nossas equipes de fiscalização dedicadas estão trabalhando em ritmo acelerado para deter rapidamente aqueles que não têm o direito de estar aqui, para que possamos decolar os voos”, disse o ministro do Interior, James Cleverly, em comunicado na quarta-feira (1).

 

Care4Calais, uma instituição de caridade para refugiados, disse que as detenções começaram na segunda-feira.

 

Um porta-voz disse que a linha de apoio do grupo recebeu chamadas de “dezenas de pessoas”, acrescentando que ainda não sabiam quem estaria no primeiro voo de deportação, ou quando a operação teria início.

 

O Reino Unido enviou o seu primeiro requerente de asilo para o Ruanda ao abrigo de um esquema voluntário, informou o jornal The Sun na terça-feira, um programa separado da política de deportação.

 

“As pessoas estão muito assustadas”, disse Natasha Tsangarides, diretora associada de Advocacia da instituição de caridade Freedom from Torture, dizendo que o medo de ser detido e enviado para o Ruanda levaria algumas pessoas a passarem à clandestinidade e a desligarem-se do seu sistema de apoio.

 

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Redação Africanize

Redação do Africanize