• 18-09-2024

Em entrevista exclusiva à Africanize, a cantora conta que o disco reflete uma nova fase da vida e revela planos de entrar em turnê

Quem é Caju?”  Se na última semana você se deparou com esse questionamento na internet, é hora de finalmente conhecê-la. Com 14 faixas,  Liniker  lançou, nesta segunda-feira (19), o álbum “Caju”, trazendo uma alter-ego que dá força a uma jornada de maturidade emocional. Em entrevista à  Africanize, a cantora abriu detalhes sobre o processo de criação do projeto e revelou inspirações para o novo disco. Confira mais!  

 

Disruptiva, solta, destemida e autônoma. É como Liniker descreve “Caju”, álbum que nasce a partir de autoanálises, conversas com o terapeuta e da espiritualidade dentro do Candomblé. A cantora, de 29 anos, que começou a escrever o segundo álbum de estúdio solo ainda durante a turnê do álbum “Indigo Borboleta Anil” (2021), convida o ouvinte para conhecer uma nova fase da vida dela.  

 

O álbum vem de um lugar muito seguro da minha vida que estou vivendo agora, que é de autoestima, de conhecimento, de pé no chão. Tem uma coisa que quando a gente vai se conhecendo mais, os processos da vida ficam mais perceptíveis, da gente entender os limites, os pontos de atenção. Eu sinto que Caju é minha sessão de análise .”  

 

“Eu estou bem feliz de poder dividir esses momentos íntimos (..) Eu acho que esse é o meu álbum mais peito aberto e cabeça aberta também.”   

 

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Imagem: Rony Hernandes

 

Com 1 hora e 9 minutos de duração, Liniker explora a riqueza dos arranjos e transita em diferentes ritmos com colaborações de peso, como Amaro Freitas, BaianaSystem, Melly, Lulu Santos, Pabllo Vittar, AnaVitoria e mais convidados. Para cada faixa colaborativa, a cantora conta que não teve dificuldade de identificar quais artistas participariam do álbum.  

 

“‘Deixe Estar’ eu já sabia que teria o Lulu [Santos], eu já queria muito ele. E quando fiz a parte em que a Pabllo [Vittar] canta, ficou óbvio que ela tinha que fazer parte disso. Amaro Freitas é um dos maiores instrumentistas contemporâneos do Brasil, e um amigo muito querido. A Melly é alguém que eu me identifico muito na forma que escreve e canta, cada pessoa que está nesse disco tem um lugar muito especial no meu coração”, conta.  

 

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Cantora também traz a música house para o disco “Caju”  

 

Liniker conta que o disco é pensado como se fosse uma festa privada em que ela está dividindo com as pessoas. E, quando aproveita o tempo livre de agenda, são nas festas de house music que a cantora tem curtido frequentar – além de ser também fã de artistas que deixaram suas marcas no gênero, como Beyoncé e Kaytranada, duas das referências que ela traz para o novo álbum.  

 

“Quando a gente pensa no ‘Renaissance’, é um álbum que veio para todo mundo soar, curtir e dançar. A Beyoncé traz isso como uma retomada de tudo que é preto, e eu pensei: ‘eu ouço muito o álbum, eu vou nas festas que eu quero ouvir house, sou fã do Kaytranada, por que eu não produzo um house com o Tropkillaz?’ ”, explica Liniker. “Não é copiando ninguém, mas a música é uma grande enciclopédia para você estudar e fazer a sua própria leitura sobre.  

 

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 Imagem: Rony Hernandes

 

Expectativas sobre a reação do público com “Caju”  

 

Para o lançamento do novo disco, a cantora revela animação para saber quais serão as faixas prediletas dos fãs. “Eu estou muito ansiosa para saber quais serão as músicas favoritas das pessoas, se vão bater com as minhas. Eu acho que a expectativa está grande, pois fazem três anos que eu não lanço um disco.”. Para a própria Liniker, “Veludo Marrom” é a faixa número um da lista atual dela, seguido de “Deixe Estar” e “Me Ajude A Salvar os Domingos”. Mas, claro, todas as canções possuem um espaço especial para ela. “Eu amo todas, porque eu escrevi todas, mas se for para escolher uma [música favorita], hoje é ‘Veludo Marrom’”.  

 

Nova turnê para “Caju” e vitória no Grammy Latino em 2022  

 

A cantora conta que, para o novo disco, ela sairá em uma grande turnê em breve. “A gente muito em breve anuncia a turnê de Caju, será uma turnê longa. Não será um período curto, mas ainda não posso falar muita coisa. Mas vem turnê por aí!”  

 

Em 2022, a Liniker venceu o Grammy de “Melhor Álbum de Música Popular Brasileira” com “Indigo Borboleta Anil”. A vitória, para a cantora, representa um momento onde o prêmio mudou a vida dela, a levando para um novo patamar como artista. “Esse grammy representa tudo.  Isso trouxe segurança para os meus processos criativos, sem dúvidas mudou a minha carreira. Traz uma expectativa sobre o meu segundo álbum [solo], mas ao mesmo tempo não é algo que veio para me paralisar, que devo fazer tudo em função disso. Estou muito aberta sobre o disco para o que vier a somar!”  

 

 

 

Danilo Castro

Jornalista carioca, DJ e comunicador apaixonado por música. Ama a cultura pop negra tanto quanto comer frutos do mar.