• 16-09-2024

Evans Osei Wusu foi enterrado no país sem autorização dos parentes, que residem em Gaza

Familiares do imigrante ganense Evans Osei Wusu, de 39 anos, falecido após passar mal enquanto aguardava refúgio no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, pedem justiça e esclarecimentos sobre o caso. Segundo a família, Evans foi enterrado no Brasil sem autorização dos parentes, que residem em Gana, e sem que a Embaixada ganense fosse informada.  

Evans chegou ao Brasil em 4 de agosto, após ter sido deportado do México, onde havia planejado realizar uma cirurgia na coluna. Sua prima, Priscilla Osei Wusu, relatou que, ao retornar para o Brasil, ele buscava atendimento médico, pois alegava não ter condições de voltar ao seu país de origem sem a cirurgia. A saúde de Evans deteriorou rapidamente enquanto estava retido no aeroporto. Ele enviou mensagens a familiares pedindo ajuda, relatando dores severas e afirmando que não estava recebendo atendimento adequado.  

Em áudios enviados a parentes, Evans descreveu a gravidade de sua condiçã o: "Preciso urgentemente de sua ajuda. Estou com uma dor insuportável na coluna (...) Não posso viajar com segurança de volta para Gana por causa da minha condição ". A certidão de óbito aponta que ele faleceu de infecção generalizada, após um quadro de infecção urinária. O corpo foi enterrado no Cemitério Municipal de Guarulhos.  

A família expressou revolta ao descobrir que Evans foi sepultado sem seu conhecimento ou consentimento. "Como puderam fazer isso sem nos avisar? Para nós, isso não é algo trivial. Homenagear os mortos é uma parte importante de nossa cultura ", desabafou Priscilla.  

A situação também chamou a atenção de organizações de direitos humanos. Daniel Perseguim, do Fórum Internacional Fronteira Cruzadas, está acompanhando o caso junto às autoridades e à família. "Estamos tentando entender o que houve e dar uma resposta. Como sociedade, precisamos ter respostas", afirmou.  

O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a morte de Evans foi registrada em 13 de agosto no Hospital Geral de Guarulhos, mas alegou que a Secretaria Nacional de Justiça (Senajus) não foi informada sobre o caso. Já a Defensoria Pública da União (DPU) afirmou que está acompanhando a situação e avaliando a responsabilização civil do Estado brasileiro e das empresas envolvidas.  

Enquanto as investigações prosseguem, a família de Evans segue buscando respostas e justiça para garantir que situações como essa não se repitam. "Precisamos de justiça para o Evans. Isso é muito triste e não vamos aceitar ", concluiu Priscilla.  

Redação Africanize

Redação do Africanize