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O atacante da seleção brasileira e do Real Madrid, Vinicius Jr, voltou a denunciar os recorrentes episódios de racismo na Espanha e fez um alerta à FIFA e às autoridades. Vini Jr sugeriu que, caso o país não avance significativamente no combate ao racismo até 2030, a Espanha deveria ser excluída como uma das sedes da Copa do Mundo.
“Temos até 2030 para evoluir, então espero que a Espanha entenda a gravidade de insultar alguém pela cor da pele. Se não houver progresso, acho que o torneio deveria ser transferido. Jogadores precisam se sentir seguros para competir, e é complicado quando há o risco de sofrer racismo” , declarou o jogador em entrevista à CNN.
Em resposta, o prefeito de Madri, José Luis Martínez-Almeida, rebateu as falas de Vini Jr, pedindo que o atleta se retratasse e afirmando que a Espanha não é uma sociedade racista. “Sabemos que há episódios racistas, e é nosso dever combatê-los. No entanto, é injusto rotular a Espanha como racista. Peço a ele que se desculpe. Ser um grande jogador não o impede de falar besteira, e, dessa vez, ele exagerou”, disse o prefeito, reforçando que grande parte da sociedade apoia Vinicius na luta contra o racismo.
Vini Jr já levou diversos casos de racismo à Justiça espanhola. Em um dos episódios mais marcantes, três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de prisão após insultos racistas dirigidos ao jogador em 2023 — um marco na legislação espanhola.
Ainda na entrevista, Vinicius revelou que há um pacto entre os jogadores do Real Madrid para deixarem o campo em caso de novos episódios de racismo. “Amo viver aqui e jogar pelo Real Madrid, mas é importante que o país evolua. Muitas pessoas na Espanha não são racistas, mas uma pequena minoria acaba manchando a imagem do país ”, comentou o atacante.
A Copa do Mundo de 2030 terá a Espanha, Portugal e Marrocos como as principais sedes. O jogo de abertura será realizado em Montevidéu, no Uruguai, em homenagem à primeira edição do torneio, disputada em 1930.