• 14-05-2024

Allan Pinto Ignácio, de 22 anos, foi aprovado em 3º lugar entre cotistas de jornalismo e vídeo seria para comprovar raça

O estudante  Allan Pinto Ignácio , um jovem negro de 22 anos, foi  impedido  de ser  matriculado  entre os  cotistas  na Universidade Federal Fluminense (UFF). Segundo a instituição, o  motivo  da  rejeição  de  Allan  foi a  falta  de  áudio  no    vídeo enviado pelo rapaz para  comprovar  sua  raça .  

 

O juiz  Leo Fracisco Giffoni , que concedeu uma  liminar favorável  à matrícula de  Allan , alegou que o argumento utilizado foi  "excessivamente rigoroso e desprovido de razoabilidade" . A UFF alegou que a matrícula de Allan foi efetuada em 19 de abril de 2024, após a revisão do processo seletivo conforme decisão judicial.  

 

Aprovado  em 3º lugar para  Jornalismo  no sistema de  cotas  para candidatos  pretos , pardos e indígenas de baixa renda, pelo Sistema de Seleção Unificada ( Sisu ), Allan precisava gravar um vídeo se declarando sua raça. Apesar dele visivelmente ter traços  negros  e a pele  retinta , a falta de som levou a matrícula ser rejeitada pelo processo de verificação, que é online.  

 

banca  considerou o aluno " inapto " por " ao realizar upload do vídeo, não falar seu nome completo e não se declarar com a frase: 'Eu me autodeclaro preto', conforme consta no formulário eletrônico para envio de documentações da UFF".  

 

Allan disse que seu vídeo  original  tinha  áudio  e contava com sua  autodeclaração  completa. Segundo ele, uma falha no sistema da instituição fez com que o  envio  do vídeo fosse sem som. O jo vem estudante ficou bastante decepcionado com a situação:  "Foi a pior notícia que eu já tive na vida. A gente está acostumado a não ter as coisas, a perder, mas quando você conquista, sente que o sonho está na sua mão e do nada, por uma coisa tão boba, alguém vem e tira isso de vocês, é muito triste" , comentou Allan.  “Fiquei de cama uns dois dias.”  

 

Em  nota , a  Universidade Federal Fluminense esclarece que  Allan Pinto Ignácio , candidato ao curso de  jornalismo  do primeiro semestre de 2024 na reserva de vagas, teve sua matrícula efetuada no dia 19 de abril de 2024, após revisão do  processo  conforme  decisão judicial .  

 

E que por se tratar de um  processo seletivo  com um cronograma de etapas amplamente divulgado por meio de edital, o candidato em questão, frente à recusa preliminar do seu ingresso à instituição, tinha o direito de solicitar a revisão do processo seletivo, por meio do pedido de recurso, algo que não ocorreu no prazo definido no edital.  

 

Por fim, a  UFF  ressaltou que adota o sistema de  cotas raciais  desde 2003, justamente por reconhecer a importância desta política para o ingresso de grupos historicamente sub-representados no ensino superior. Soma-se a isso todo o esforço institucional em oferecer meios e recursos para a manutenção dos estudantes na  universidade , assegurando que as oportunidades de ensino sejam distribuídas de forma  igualitária  justa .  

 

 

Redação Africanize

Redação do Africanize