“Quem é Caju?” Se na última semana você se deparou com essa pergunta na internet, é hora de finalmente conhecê-la. Com 14 faixas, Liniker lançou nesta segunda-feira (19) o álbum ‘Caju’, trazendo uma alter ego que dá força a uma jornada de maturidade emocional. Em entrevista à Africanize, a cantora compartilhou detalhes do processo de criação do projeto e revelou suas inspirações. Confira mais!
Disruptiva, solta, destemida e autônoma. É assim que Liniker descreve Caju, um álbum que nasce a partir de autoanálises, conversas com o terapeuta e da espiritualidade vivida no Candomblé. A cantora, de 29 anos, começou a escrever seu segundo álbum de estúdio solo ainda durante a turnê de ‘Indigo Borboleta Anil’ (2021) e convida o ouvinte a conhecer uma nova fase de sua vida.
“O álbum vem de um lugar muito seguro da minha vida que estou vivendo agora, que é de autoestima, de conhecimento, de pé no chão. Tem uma coisa que, quando a gente vai se conhecendo mais, os processos da vida ficam mais perceptíveis. A gente entende os limites, os pontos de atenção. Eu sinto que Caju é minha sessão de análise.”
“Eu estou bem feliz de poder dividir esses momentos íntimos. (...) Acho que esse é o meu álbum mais de peito aberto e cabeça aberta também.”
Imagem: Rony Hernandes
Com 1 hora e 9 minutos de duração, Liniker explora a riqueza dos arranjos e transita por diferentes ritmos, trazendo colaborações de peso como Amaro Freitas, BaianaSystem, Melly, Lulu Santos, Pabllo Vittar, Anavitória e mais. Sobre as parcerias, a cantora revela que foi fácil identificar quem faria parte do álbum.
“‘Deixe Estar’ eu já sabia que teria o Lulu [Santos], eu já queria muito ele. E quando fiz a parte em que a Pabllo [Vittar] canta, ficou óbvio que ela tinha que fazer parte disso. Amaro Freitas é um dos maiores instrumentistas contemporâneos do Brasil, e um amigo muito querido. A Melly é alguém que eu me identifico muito na forma que escreve e canta, cada pessoa que está nesse disco tem um lugar muito especial no meu coração”, conta.
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Cantora também traz a música house para o disco “Caju”
Liniker conta que o disco foi pensado como uma festa privada que ela compartilha com o público. Nos momentos livres de sua agenda, a cantora gosta de frequentar festas de house music, além de admirar artistas que marcaram o gênero, como Beyoncé e Kaytranada, referências que ela incorporou no álbum.
“Quando a gente pensa no Renaissance, é um álbum que veio para todo mundo se soltar, curtir e dançar. A Beyoncé traz isso como uma retomada de tudo que é preto, e eu pensei: ‘Eu ouço muito o álbum, vou às festas em que quero ouvir house, sou fã do Kaytranada, por que não produzir um house com o Tropkillaz?’”, explica Liniker. “Não é copiar ninguém, mas a música é uma grande enciclopédia para você estudar e fazer sua própria leitura.”
Imagem: Rony Hernandes
Expectativas sobre a reação do público com “Caju”
Para o lançamento do novo disco, a cantora revela animação para saber quais serão as faixas prediletas dos fãs. “Eu estou muito ansiosa para saber quais serão as músicas favoritas das pessoas, se vão bater com as minhas. Eu acho que a expectativa está grande, pois fazem três anos que eu não lanço um disco.”. Para a própria Liniker, “Veludo Marrom” é a faixa número um da lista atual dela, seguido de “Deixe Estar” e “Me Ajude A Salvar os Domingos”. Mas, claro, todas as canções possuem um espaço especial para ela. “Eu amo todas, porque eu escrevi todas, mas se for para escolher uma [música favorita], hoje é ‘Veludo Marrom’”.
"Eu amo todas, porque escrevi todas. Mas, se for para escolher uma [música favorita], hoje é Veludo Marrom.”
Nova turnê para “Caju” e vitória no Grammy Latino em 2022
A cantora anunciou que uma nova turnê será lançada em breve. “Muito em breve anunciamos a turnê de Caju. Será uma turnê longa, mas ainda não posso falar muita coisa. Só digo que vem aí!”
Em 2022, Liniker venceu o Grammy Latino de “Melhor Álbum de Música Popular Brasileira” com Indigo Borboleta Anil. Para ela, o prêmio mudou sua vida e a levou a outro patamar como artista. “Esse grammy representa tudo. Isso trouxe segurança para os meus processos criativos, sem dúvidas mudou a minha carreira. Traz uma expectativa sobre o meu segundo álbum [solo], mas ao mesmo tempo não é algo que veio para me paralisar, que devo fazer tudo em função disso. Estou muito aberta sobre o disco para o que vier a somar!”