“Luto por me tornar uma voz, não só alguém que atua”: Consciente sobre sua potência, atriz considera que as plataformas estão mais atentas à demanda por diversidade e representatividade, sem cair nos estereótipos
“É sobre ir além”. A primeira frase que se lê ao entrar no perfil de Larissa Nunes no Instagram diz muito sobre o atual momento de sua vida. Em menos de um 1 ano, é protagonista em três séries nos streamingse classifica que tem conseguido alinhar o que mais ama fazer com seus ideais de mundo, tornando-se uma referência para as mulheres negras. A paulistana, de 27 anos, vai além dos papéis muitas vezes estereotipados que são destinados às pessoas negras e se apoia em narrativas de força e protagonismo político.
“Estamos ocupando mais o audiovisual. É um momento onde os pretos tem espaço para protagonismo, mas ainda falta o reconhecimento de que somos personalidades, pensadores, formadores de opinião. Luto por me tornar uma voz, não só alguém que atua, mesmo entendendo que atuar é minha maior força narrativa.” — afirma Nunes.
Após interpretar a professora romântica na novela “Além da Ilusão”, na TV Globo, Larissa alçou voos mais altos e interpretou Dayane, esposa de Anderson Silva, em “Spider”, série biográfica da Paramount + sobre um dos mais importantes atletas do MMA mundial. Em seguida, o desafio de viver Marina, a protagonista da série “Vidas bandidas” (Star +), uma jovem mãe que vê seus sonhos mudarem e é tragada pela própria realidade e violência da vida.
Na sequência, a atriz protagoniza “Americana” (Star +), série em andamento onde interpreta Sebastiana, uma mulher extremamente talentosa e culta que foi escravizada e fruto de experimento social feito por sua antiga proprietária. Larissa tem tido aulas de piano, alemão, além dela atuar em inglês. Com elenco internacional, a série está sendo gravada em São Paulo sob direção de Maurílio Martins.
“Sebastiana é uma personagem multifacetada e, por ela ser muito inteligente, tive várias aulas em diversas áreas, desde manuseio de armas, até probabilidade, por conta da premissa matemática da parsonagem. É uma série muito especial, porque nenhuma produção brasileira protagonizada por pessoas pretas foi tão bilíngue.” — pontua.
A atriz vê nas plataformas de streaming uma oportunidade de construir novas narrativas, com papéis que valorizem mais pessoas as pessoas pretas, sem cair em estereótipos.
“O streaming é uma indústria que está a todo vapor para pessoas pretas e tem me dado grandes experiências e confiança. Procuro personagens que me proporcionam a mulher que estou me tornando - cada vez mais consciente do trabalho que quero entregar ao público. Nós estamos vivendo uma segunda primavera nos lugares os quais ocupamos. Não queremos mais o preto como um símbolo pelo símbolo, queremos dar novas formas às narrativas, trazer novos assuntos e nuances a respeito de nós mesmos.”
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